A próxima sexta-feira (27) será um dia ideal para mergulhar em Sodrezinho, um dos nomes mais autênticos da contracultura mato-grossense. E quem faz o convite é próprio Antônio Sodré: “Venha: vamos nadar no mar do nada”. Trata-se de uma exposição audiovisual que reúne poemas — alguns inéditos —, projeções gráficas, fotos, objetos pessoais, quadros. Um acervo riquíssimo! Além disso, ainda haverá o lançamento de um novo site que eterniza esse legado . A proposta é uma imersão sensível na vida e na obra do poeta será na Casa Cuiabana, que começa a partir das 18h30.
Poeta de múltiplas linguagens
Antônio Sodré foi muito mais que escritor. Era cantor, performer, livreiro, agitador cultural. Participou ativamente da cena cuiabana nos anos 1980, dialogando com grupos como o multimídia Caximir. Não raro, era a voz poética dos shows da banda, improvisando versos em línguas imaginárias.
Manteve durante décadas um sebo na rampa do Instituto de Linguagens da UFMT. Por ali, trocava livros, histórias e pensamentos. Vivia a poesia como um compromisso natural, “feito como a vida, feito um poema”, como escreveu em um dos seus textos mais emblemáticos. Sodrezinho morreu em fevereiro de 2011.
Assista ao documentários Cuiabaratotal
Memória viva
A mostra resgata e dá continuidade ao trabalho iniciado com o livro e o documentário Cuiabaratotal, ambos lançados em 2022 com apoio da Lei Aldir Blanc. No filme, Sodré é homenageado como o poeta que fez do improviso, da provocação e do lirismo sua forma de estar no mundo.
No livro, versos como “A mente capta tudo / o que lhe vem na telha…” saltam das páginas para mostrar um autor que transitava com leveza entre a dor e o humor, entre a crítica social e a contemplação do cotidiano. A obra pode ser baixada aqui.
